Engolidor de donzelas

Meus olhos são engolidores de donzelas. Enquanto elas menos esperam já estão em meus sonhos, digeridas por segundas intenções, enquanto durar meu estoque de romance.

Jamais tive vontade de evitá-los, pois de quereres não passam, devido a um forte escudo que tenho em meus braços.

Escudo este que me protege de dar de cara com aquilo que não quero: A verdade… De não poder amar a quem eu quero, de almejar mais do que posso, da vontade de derreter-me em seus ventres e sugar toda sua vitalidade após uma noite de felicidade.

Mas voltando ao que sou, esqueço meus planos, para, quem sabe, uma donzela arrisque-se a fugir de minha mente, enfrente essa muralha que se chama timidez e encontre no fundo do castelo um vestígio de emoção. Antes que acabe tornando-se pó aquilo que eu jamais pude dar à alguém.

  • Eduan Lenine